segunda-feira, 15 de junho de 2015

E AS HISTÓRIAS DE QUEM PRECISOU MUDAR OS HÁBITOS E A VIDA?

O Brasil tem muitas diferenças alimentares, uma cozinha regional variada, isso deve provocar alergias variadas. E muitas não estudadas ainda. Por exemplo, o caju a gente está estudando atualmente. A mandioca que era um alimento tão simples e tão usado e hoje em dia tem pessoas com reações muito graves. 

A gente precisa conhecer melhor as nossas alergias, as alergias brasileiras!!! 
(Fabio Fernandes Morato Castro, alergista)

Jaqueline mudou a vida drasticamente para cuidar da bebê Sofia, que tem alergia a leite, ovo, soja, trigo, oleaginosas e peixe.

Na Sofia, as reações alérgicas apareceram assim que ela nasceu. E eram violentas: “Terminava de amamentar vinham aqueles vômitos, em jato, assim. E me apavorava”, diz Jaqueline.

Nos primeiros seis meses, a menina foi tratada como se tivesse refluxo. Foram várias internações, mas como a filha não melhorava, Jaqueline passou a pesquisar sobre outras possibilidades.

“E aí eu questionei a pediatra. E a pediatra falou então, vamos marcar um gastro. A gastro só olhou a Sofia, e só de olhar o exame clínico, falou: ela é alérgica”, conta Jaqueline.

Para atender a filha, Jaqueline, que é dentista, viu a vida virar de cabeça pra baixo.

“Meu casamento acabou. Porque a barra é pesada. E eu não pude voltar a trabalhar. Então eu vivo pra Sofia. Mas a gente segue”, diz a mãe dedicada.

Jaqueline também teve que cortar da própria alimentação tudo o que poderia passar para Sofia pelo leite materno. Essa dieta forçada e a angústia pela doença da filha fizeram com que ela emagrecesse 30 quilos. Ainda hoje, é através da amamentação que a mãe testa os ingredientes que podem entrar na papinha da filha: “vou comendo uns quatro dias o alimento. Se eu vejo que não reagiu, não deu nada em pele, não deu diarreia, daí eu posso testar nela”.

Por enquanto, apenas arroz, carne e alguns legumes foram liberados.

“Antes, eu ficava muito ansiosa em relação à cura. Eu queria a cura, ‘ah, vai ter cura com um ano’, muitas crianças param de reagir com um ano. E eu vi que a Sofia, não. Um ano chegou e não aconteceu. Hoje, eu procuro qualidade de vida para ela.

Ainda não é possível dizer se a alergia de Sofia é só uma fase. Mas o pior parece já ter passado: “super sapeca, desenvolvendo bem”, comemora a mãe.

FONTE: Globo Repórter - 22/05/2015