quinta-feira, 20 de agosto de 2015

CRIANÇAS MUDAM O CARDÁPIO DO LANCHE DA TURMA EM SOLIDARIEDADE À COLEGA COM RESTRIÇÃO ALIMENTAR

São iniciativas como esta que promove a vida, o crescimento seguro e feliz, garantindo a inclusão e participação social!! 
O mundo é da diversidade e o importante é...
SER FELIZ E ENCARAR ISSO DE FRENTE SEM MEDO DE VIVER!!!


O desafio foi lançado a uma turma de 2º ano do Ensino Fundamental da Capital: “Você deverá pedir ajuda de um adulto e pesquisar uma receita vegana, ou seja, sem produtos de origem animal. É importante testá-la com a sua família! Este tema de casa tem o objetivo de contemplar um lanche vegano para que a Anita também possa comer as frutas e lanches trazidos pelos colegas”.


Munidos pela vontade de ajudar a colega com restrição alimentar, as crianças da classe 21 da Escola Projeto não demoraram a cumprir o tema de casa solidário, proposto pela coordenadora pedagógica Virgínia Veríssimo na primeira semana de julho. Logo 10 receitas veganas foram incluídas no cardápio dos lanches coletivos da turma, que acontecem a cada 15 dias, às quartas-feiras.

Atividade de socialização com alimentos diferentes 

Desde que se juntou à classe, no ano passado, Anita Della Giustina, sete anos, não podia comer a maioria dos alimentos trazidos pelos colegas durante os lanches coletivos. O motivo é a condição de saúde que carrega desde que nasceu: a menina é portadora de leucinose, também conhecida como doença da urina do xarope do bordo, patologia hereditária que a impede de consumir alimentos de origem animal. A doença atinge um a cada 185 mil nascidos.

– Eu comia só fruta e trazia meu próprio lanche – lembra Anita.

Segundo Virgínia, o lanche coletivo é uma atividade valorizada pela escola – dividir a comida promove socialização e oportuniza às crianças provarem alimentos diferentes dos quais estão acostumadas.

– A gente percebeu que nessa turma tinha um ambiente muito positivo. Os pais também estavam preocupados com isso e queriam participar da organização do lanche pensando nessa colega – afirma Virgínia.

– Eu achei muito bom a gente trazer receitas veganas para ela, daí ela pode comer. Eu trouxe (a receita de) um bolo de chocolate que não precisa de ovo – conta Eduardo Lopes, sete anos.

A mobilização dos colegas animou Anita, conta a mãe da menina, Patrícia Trindade De Angelis. No último lanche coletivo da turma, em 5 de agosto, ela finalmente se viu contemplada: batatas recheadas veganas foram a primeira receita posta em prática pela turma. Bolo de laranja e bergamota complementaram a refeição.

Os pratos quase vazios no final do recreio indicaram que o lanche agradou não só a Anita. Sinal de que, além de solidário, o lanche inclusivo pode também ser gostoso.